Oh captain, my captain.

Ontem esperei durante todo o dia, com alguma expectativa, pela entrevista ao NGP. A expectativa era relativa ao conteúdo das perguntas, pois não gosto de conversa fiada. Mesmo sendo no Porto Canal, mantive sempre a convicção de que Júlio Magalhães não iria facilitar nas questões e foi exactamente o que aconteceu.

Já as respostas, bem… as respostas foram uma amalgama de verborreia oca que serviu apenas para afumar a imagem de um homem que tanto respeito e cujo lugar no nosso clube está assegurado mesmo depois da sua morte.

Depois de 10 minutos a divagar sobre petardos e faixas, fez grandes considerações acerca de activos, passivos e capitais próprios, como se fosse um guarda-livros reformado, que ainda faz contas à mão, sendo lamentável se alguém embarcar na narrativa de que o nosso clube goza de uma saúde financeira impar.

Houve porém uma altura em que voltei a sentir a confiança que o NGP sempre me transmitiu quando diz que esta época acabou e que a partir de agora os jogadores deverão esforçar-se para se manterem no clube, pois caso contrário sairão, independentemente do estatuto que tenham. Só que logo depois, quando ouvi o programa eleitoral , senti outra vez aquele medo, como quando ouço alguns adeptos a falarem, sem sentirem qualquer necessidade de serem coerentes e utilizarem a razão, em vez do senso comum.

Se há coisas na minha vida que detesto é sentir desilusão relativamente aos meus heróis de criança. Não gostei de ouvi-lo a justificar mal as comissões pagas a amigos e familiares, pois os argumentos que utilizou apenas servem de justificação aos pobres de esprito. Não duvido que todos os clubes paguem comissões a agentes. Só os mais mentecaptos é que poderão achar o contrário. Mas deveria ter feito o mea-culpa não na contratação do treinador (que enganou bem nos primeiros 6 meses de casa), mas exactamente por ter deixado que interesses privados de pessoas da sua esfera de relacionamentos, se imiscuíssem com os superiores interesses do clube. Nem que fosse para não suscitar qualquer dúvida acerca da existência de um conflito de interesses neste tipo de transações comerciais.

Sempre confiei no seu bom senso na escolha de treinadores, mesmo quando contratou o Octávio ou o Paulo Ferreira (talvez esteja a exagerar no Octávio). Isto porque sempre conseguiu transformar o insucesso de um ano num estrondoso sucesso em anos subsequentes. Por isso espero que o pouco sumo que consegui extraír da entrevista se converta na convicção, que me pareceu genuína, que o NGP tem em mudar o rumo do nosso grande clube.

Muitos já nos fazem o funeral, outros atacam-nos de forma deliberada para esconderem arbitragens tendenciosas que têm levado ao colo clubes do regime (estou a falar do CM e da sua linha editorial anti-Porto). Precisamos de uma direção forte que responda de forma segura às acusações de que são alvo, e que lutem da mesma forma contra os inimigos externos. E quando digo segura, não é a balbuciar em entrevistas televisivas nem de forma estéril em newsletters manhosas.

Os nossos inimigos não são as vozes divergentes que surgem nas derrotas! Todos têm direito à sua opinião. Agirem contra pessoas como o Miguel Sousa Tavares ou o Carlos Amorim (pessoa por quem não nutro especial apreço) é contra-natura. Deram a sua opinião. Se os visados nessas opiniões se sentirem ofendidos, então individualmente que realizem as devidas diligências, sem que com isso, escoem mais recursos do clube, em honorários.

Para terminar, eu sei que não sou presidente do meu clube. Mas como adepto fervoroso desde que nasci, penso que posso tecer considerações acerca do rumo que gostaria que o meu clube tomasse. Por isso aqui vai:

. No próximo ano era necessário escoarem todo o refugo de jogadores contratados e que se mantêm emprestados ad-nauseam (Licá, Sami, Ghilas, Fabiano, Adrian, Fernandez, Djalma, etc…).

. Manterem aqueles que mais se esforçam e que mereciam melhores companheiros (sugestão: Maxi, Layun, Indi, Danilo, Ruben Neves, André André e Suk).

. Integrarem jogadores portugueses que têm jogado na equipa B e outros que estão emprestados (sugestão: Rafa, Ricardo Pereira, Hernani, André Silva e Ivo).

. Deixarem de queimar dinheiro com “pacotes promocionais” e “leve 5 pague 4”, pois temos matéria mediana suficiente para fazer um bom plantel, não havendo necessidade de recorrerem a medianismo estrangeiro.

Uma palavra para o NGP: nunca será persona non grata no meu livro (figurativamente falando). Terá sempre o destaque que merecem os imortais. Mas todos nós seremos tão bons como a ultima cagada que fazemos por isso peço-lhe, se sente que não tem mais forças para afastar o conformismo, saia pela porta grande e dê lugar a alguém com sangue na guelra. Não lhe dificulte o caminho e abrace-o como todos nós o abraçamos durante os melhores anos da sua vida.

Tempo volta para trás

Para que não pareça um profeta da desgraça, vou começar este texto expressando o optimismo que senti quando vi o Porto jogar com o Gil Vicente. Foram notórios os constantes movimentos ofensivos da equipa, a defesa jogou com acerto, os laterais subiram com frequência e frequentemente bem e pareceu-me que a equipa poderia crescer para patamares aceitáveis para um época que tem custado a acabar.

O problema é que apesar de ser adepto de futebol, o meu conhecimento da equipa do Gil Vicente é bastante reduzido pelo que depois de uma conversa com um amigo mais atento, fiquei a saber que jogamos contra a equipa “d” dos barcelences. A minha preocupação relativamente ao jogo contra o Braga adensou-se nesse momento. Mas relativamente a este jogo, escreverei mais à frente.

Na semana passada dei por mim a ter uma discussão surreal com um colega portista (numa rede social) que acha que ser sócio é ser mais importante do que ser adepto, e que são as quotas dos sócios que enchem os cofres do nosso clube e que o catapultam para o sucesso. Chamou-me “romântico” porque penso que os adeptos são a alma do clube e que a única diferença entre um sócio e um adepto é a capacidade de o primeiro em contribuir. O que me deixou mais irritado nesse dia não foi a questão do romantismo. O que me irritou foi a incapacidade de algumas pessoas em absorverem factos… Tentar explicar a alguém que as quotas dos sócios têm um peso ridículo quando comparado com o pagamento de lugares anuais, camarotes e as transferências de jogadores e não conseguir passar esta mensagem torna-se frustrante a certa altura. Mas estas conversas são iluminantes pois mostram-me que adeptos casmurros e de palas existem em todos os clubes e de certa forma dá-me a humildade suficiente para aguentar estes ano de insucessos. Se não perceberam a associação, eu explico: saber que há adeptos (sócios) que pensam que são mais do que qualquer outro, e pelo facto de pagarem quotas pensarem que são donos exclusivos das opiniões relativas ao clube, mesmo que sejam baseadas em ilusões e concepções erradas, torna o facto de eu ser um adepto ferrenho mas equilibrado muito mais especial.

Mas voltando ao jogo com o Braga: ontem fomos mais uma vez subtraídos (prefiro ser verboso para que não me possam processar) por um árbitro que nunca (e posso muito bem estar a exagerar) fez uma exibição que não nos prejudicasse. Agora, terá sido essa a verdadeira razão pela qual não conseguimos ganhar? Na minha opinião, não! A esperança numa vitória neste jogo manteve-se depois do Braga se encontrar em vantagem, apenas porque temos conseguido dar a volta a resultados negativos em jogos anteriores. Mas o que se deve reter aqui é que temos começado jogos a perder. E isto tem acontecido, não porque o babuíno escuro tem jogado pela equipa adversária, mas porque temos uma defesa medíocre. Qualquer dos centrais que joga não oferece qualquer garantia de qualidade. Relembro que é um problema que se mantém há 2 anos e neste mercado de inverno contratamos esses colossos defensivos que são o Marega e o Suk (o Marega é bem capaz de ter sido a pior contratação do Porto desde o falecido Vinha). Pode ser que a preparação da próxima época corra melhor dadas as novas contratação para a administração da SAD do nosso clube. Quando há mais cabeças a pensar, geralmente se chega a grandes ideias mais rápido (veja-se o caso da bomba atómica e da invenção do mictório).

Não queria acabar este texto sem fazer uma referência aquilo que geralmente apelido de fanfarronice megalómana, algo que assola principalmente os adeptos dos clubes de Lisboa. Este fim de semana o benfica ganhou (e aqui dou razão ao Jasus, que de forma azeda e com um melão que o obrigou a atravessar portas de lado, analisou o jogo de forma correcta) sem saber como ao sporting. A referência que quero fazer ao fenómeno é esta: existe uma homeoestase futebolística que permite que a “fanfarronice megalómana” se equilibre para que nem todos sofram de delusão e mania de grandeza. Assim, quando os adeptos sportinguistas começam a perder estes sintomas, os adeptos benfiquistas começam a senti-los outra vez. Estes últimos para além desta maleita sofrem também de falta de coerência crónica – o Vitória era um treinador que não “tinha unhas” para aquele Roll Royce; afinal a equipa não era um Rolls Royce mas sim um Toyota Corolla; o Vitória aposta na juventude e afinal é um treinador competente; o Toyota Corolla afinal é um Bugatti; O Bugatti afinal é um Dacia Logan; bem, percebem o que quero dizer certamente (acabara-se-me as metáforas).

Para finalizar, e como estamos já no último terço deste campeonato, penso que é seguro aferir o seguinte: esta época foi mal planeada, estes jogadores não aguentam a pressão de terem de ganhar (falharam quase sempre que os adversários perderam ou empataram) e não vejo como é que esta época se salvará se ganharmos uma taça (o jogo de ontem não me deixou muito optimista). Não desgosto do nosso treinador e penso que poderá ser a pessoa certa para nos pôr a jogar um bom futebol, mas a “estrutura” (como odeio esta palavra) terá de rever os critérios que utiliza na contratação dos jogadores. Não me lembro de um plantel tão desequilibrado e sem opções na defesa. Sempre fomos uma equipa que tinha orgulho dos centrais que produzia… Como gostava de voltar a esses tempos.

Depressão Profunda

Ontem conformei-me com o facto de que este ano não somos candidatos ao título. Não porque não é matematicamente possível, mas porque para ser campeão em Portugal é preciso ter “sorte” com as arbitragens e não facilitar com as equipas pequenas.

Mais uma vez esta época, fomos bastante prejudicados por um árbitro, que invalidou um golo limpo (que certamente nos impelia para uma vitória fácil) e que permitiu que o Arouca perdesse pelo menos 15 minutos de tempo útil de jogo na segunda parte. Para disfarçar lá deu um amarelo ao Bracali, mas só após muitos protestos da bancada. Não me lembro de alguma vez ver uma equipa com tão pouco fair-play, mas é a realidade do nosso futebol e contra isso não há nada a fazer. Espero apenas que desçam de divisão e que acabem como clube.

Se analisar friamente o jogo de ontem consigo ver que não sendo os primeiros 11 segundos de jogo, a primeira parte até foi bem conseguida. Reagimos bem ao golo, pressionamos bem no meio campo e atacamos até conseguir o empate. Na segunda aplicou-se a lei de Murphy. O Maicon decidiu inventar, o José Angel não conseguiu centrar uma bola em condições, o Brahimi só poderia estar triste consigo quando foi substituído e que me perdoem os meus colegas portistas que ontem foram ao estádio, mas dada a situação actual do nosso clube, assobiar numa altura em que era possível ganhar o jogo, só ajuda na cabeça dos mais dementes.

Dadas as expectativas que tenho para esta época, nada melhor do que bater no fundo do poço para perceber que temos problemas graves e que deverão ser reparados para podermos atacar a próxima época com mais empenho, pois esta meus amigos, já acabou. Já disse por diversas vezes que não sou pessimista por natureza mas dada a qualidade do futebol que apresentamos, mas mais do que isso, pelo empenho que vejo de alguns jogadores, mais vale atirar a toalha ao chão e começar do zero.

Sei que não sou um paineleiro, nem tão pouco um “doutor” da bola. Mas como adepto do meu clube deixo em baixo algumas sugestões que penso serem bastante uteis:

1º – se possível, ainda esta época, deixava esse grande ícone dos relvados que é o Casillas, perseguir o seu sonho em jogar nos Estados Unidos.

2º – o Maicon teve uma lesão ontem que é incurável. Lesões no ego não se podem curar a não ser que se troque o cérebro. Até que chegue o dia em que isso seja possível, penso que deveríamos optar pela “next best thing” e deixá-lo ir para o Fenerbaçe, clube que estava disposto a dar 12M por ele há pouco tempo (e pode ser que ainda esteja disposto a pagar qualquer coisa, nem que sejam €3).

3º – o José Angel é opção válida para a equipa B.

4º – numa altura em que precisávamos de um bom central e um lateral que fosse uma opção válida, contratamos um guarda-redes e um avançado que um clube rival estava prestes a adquirir. Isto só é positivo para adeptos acéfalos, por isso evitem.

E por fim,

5º – se porventura estiverem tentados em contratar no próximo ano, para compensar estes anos a seco, mais um contentor de jogadores de qualidade a comprovar, peço em alternativa que aproveitem o Rafa, o Victor Garcia, o André Silva, o Francisco Ramos, o Octávio, o Ricardo Pereira, o Hernani ou o Ivo Rodrigues. Alguns destes são portugueses, da formação e portistas desde pequenos. Se pensam que isso não é importante, então vivem em negação.

 

Chicotadas com um chicote curto

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E lá perdemos outra vez, num mês que prometia mudanças mas que em tudo se assemelha aos anteriores.

O jogo resume-se a uma frangalhada monumental daquele que ouvi dizer ser o melhor guarda-redes do mundo e de uma equipa a atacar sem discernimento, contra uma outra que se preocupou apenas em defender (e fizeram eles muito bem, pois resultou). Poderia discutir uma grande penalidade que poderia existir, se fossemos um clube lisbonense (na minha opinião o jogador do vitória tinha poucas hipóteses de evitar o contacto com a bola) e uma expulsão inacreditável do Aboubakar, cujo desacerto no momento de empurrar a bola para a baliza rivalizou com a sua capacidade de análise e de bom senso no momento em que apanha o primeiro amarelo.

Se isto tivesse acontecido há uns anos, hoje a máquina da nossa propaganda estaria a incendiar todos os meios de comunicação, algo que teria maior pertinência até, no jogo para a taça com o Boavista em que fomos gozados por um árbitro que foi lá colocado para legitimar a agressividade dos nossos adversários. Mas algo sobressai disto tudo: temos uma direcção que está enfraquecida com um presidente que já não dá a cara nos momentos difíceis, como o fez outrora.

Já o escrevi aqui que nunca teremos outro presidente como o NGP, mas começo a pensar se não estará na altura de pensarmos em preparar a sucessão. E quando digo sucessão não estou a falar de Anteros, Adelinos, Fernandos, Reinaldos e afins. Penso que chegou altura de aparecer uma nova geração de dirigentes que reúnam competências em gestão desportiva e capacidades de relacionamento interpessoal, que os permitam influenciar positivamente os destinos do nosso clube, em todas as competições em que está inserido. Em português ligeiro, que sejam honestos, que percebam de bola e que conheçam a podridão dos meandros do futebol mas que saibam movimentar-se com sucesso nessa escória.

Não sou ingrato e não tenho memória curta, no entanto (e espero que entendam) estou muito agradecido ao homem que inventou o lápis, apesar de hoje em dia escrever principalmente com o teclado do meu computador (como poderão comprovar se estiverem a ler este texto). O mundo sempre evoluiu rompendo com paradigmas, que terão sempre valor quando contextualizados nos momentos em que eram globalmente aceites. A fórmula de sucesso que utilizamos até aqui não está a funcionar e algo terá de mudar, pois parece que nos estamos a aproximar de um precipício e não faltam candidatos a dar o último empurrão (como poderão comprovar se derem uma vista de olhos à capa da maioria dos jornais desportivos).

Não aprecio que estejam a queimar um dos maiores símbolos do nosso clube (Rui Barros), cujo coração e entrega ao clube disfarçam a sua falta de experiencia para o lugar que agora ocupa. Não aprecio também que ninguém da direcção tenha vindo a público fazer o mea culpa relativamente à contratação de Lopetegui e que tenha explicado o que se passa com a escolha do novo treinador. Saber que não é Fernando Pessoa ou Guerra Junqueiro tem pouca piada, mesmo quando se profere tamanha chalaça depois de almoço.

Em suma, poderei apenas estar desiludido com o que se está a passar com o nosso clube, organização que se pautava por valores mais altos do que os do enriquecimento pessoal. Porém, parece-me que seguimos o caminho dos perdedores e espero que qualquer dia não nos tornemos num sporting ou num benfica. Ser adepto de um desses clubes é para mim um defeito de carácter não por que me foi incutido um odio irracional por pessoas que não conheço, mas porque lhes reconheço, na sua maioria, características fanfarrónicas muito comuns em indivíduos que estão presos ao passado. E eu recuso-me a ser essa pessoa.

 

 

Indignação Contida

Não consegui escrever algo sobre o jogo com o sporting pois abateu-se sobre mim um profundo sentimento depressivo. O meu clube não joga futebol… Tive essa noção no sábado e ontem obtive confirmação após o apito final contra a equipa B do Rio Ave.

Dei por mim a culpar o treinador, o Brahimi, o Aboubakar e até o Corona… Culpei o NGP, o Antero, o médico careca e até o Rui Barros. Culpei os assobios durante os jogos, os erros de arbitragem (que se multiplicam) e até o estado do relvado de alguns campos.

Mas na verdade, a culpa disto tudo é apenas minha. É minha porque como adepto por vezes doente, criei uma expectativa utópica relativamente ao desempenho da equipa de futebol do MEU clube. Na minha mente temos os melhores jogadores que o dinheiro de outros consegue pagar, temos o treinador que todos queriam passados 3 meses de cá estar, temos um dos estádios mais bonitos do mundo, uma massa adepta que adora o clube e somos a equipa que mais portugueses odeiam, o que faz de nós tremendamente especiais e únicos. Somos odiados não por sermos ranzinzas, mas porque ganhamos durante anos, tudo o que havia para ganhar.

Como não posso viver no passado, como muitos colegas contemporâneos de outros clubes, das duas uma: ou me consciencializo que não há nada a fazer (que não poderemos mudar de treinador, contratar um central e um lateral em condições ou despedir 3 ou 4 directores que apenas sugam os recursos do FCP) ou então indigno-me de forma controlada pois não partilho da histeria generalizada, que caracteriza principalmente os adeptos dos nossos rivais.

Sendo assim, e porque opto pela segunda opção, pretendo indignar-me controladamente dizendo que não concordo com a forma como o nosso clube está a ser gerido, penso que o nosso treinador não reúne condições para melhorar o futebol praticado pela nossa equipa e existem alguns jogadores que deverão sair pois parece-me que não gostam de cá estar. Poderia bem ter dito isto adicionando o vernáculo que se exige, mas ainda não tomei o pequeno almoço.

Assobiar para o ar

Depois de se saber que o sporting perdeu na Madeira, restava apenas a dúvida se conseguiríamos fazer o que não temos conseguido nos últimos tempos. Estavam reunidas as condições para assumirmos o primeiro lugar no campeonato e se não ganhássemos, falharíamos mais um penalti, na minha opinião, o último com este treinador.

A equipa que subiu ao relvado não foi muito diferente da que jogou com o Nacional, mas desta vez pareceu-me que os jogadores estavam motivados. Talvez por estarmos a jogar em casa, talvez porque a vontade de ser campeão reapareceu em alguns jogadores, certo é que durante quase 90 minutos o Porto foi uma equipa consistente, coesa e bem balanceada para o ataque.

De todos os jogadores que estiveram em campo gostei muito da exibição do Rúben Neves (não parece que tem 18 anos dada a maturidade que apresenta em campo), do Danilo e do Brahimi. Este último pareceu-me que ao contrário do que aconteceu noutros jogos, percebeu que tem de render mais contra equipas mais fracas. Um jogador que me tem surpreendido desde que chegou foi o Layun, pela positiva entenda-se, e espero sinceramente que se possa manter no clube por mais tempo. Já Maicon parece-me em sub-rendimento (muitos me dizem que é o seu nível normal mas quero acreditar que não) e Abouba continua a mostrar algum desacerto no momento da finalização.

Já há algum tempo que não gostava de ver um jogo do meu clube e assim, espero que este seja o início de uma nova tendência duradoura especialmente tendo em conta que jogamos com os viscondes no início de 2016.

A próxima jornada levar-nos-á a defrontar um adversário que tem tanto de fanfarrão como de tirano. E dado a nossa apetência em lutar contra injustiças, penso que poderemos, e temos jogadores com qualidade para o fazer, mostrar definitivamente que não estamos moribundos, e que estamos sedentos de uma vitória, num confronto que se estende para lá de um mero jogo de futebol (posso muito bem ter exagerado na toada).

Quero terminar este texto com o seguinte: já muito critiquei a piosidade de alguns colegas portistas mas devo dizer que excesso de zelo também é defeito. Assobiar a equipa no final de um jogo quando se sente que a equipa não se esforça e que o treinador inventa ainda percebo, agora assobiar a equipa quando está a jogar bem ou quando o treinador não substituí quem achamos que deve substituir é algo que não entendo e penso até que não é legítimo de tão aberrante que é. Queria, como muitos, que Lopetegui tivesse dado uma oportunidade a André Silva, mas assobiar um jogador portista que entra em campo, só se justificará se o mesmo se chamar Simão Sabrosa, Luisão ou Maxi Perei… Espera, este último é uma joia de um moço.

Sendo assim, critiquem só quando devem, pois ninguém é ou deverá ser imune a críticas. A crítica e o inconformismo são os principais catalisadores da mudança e a mudança não é inimiga do sucesso… Muito pelo contrário. Peço é que mostrem algum discernimento no momento em que o fazem pois arriscam-se a ser injustos. E ontem no estádio, muitos de vocês foram.

 

Vítima das circunstâncias

Que hoje ninguém me diga que Lopetegui é uma vítima das circunstâncias! Que ninguém me diga que tinha poucos jogadores ao seu dispor, que estava demasiado frio, que fomos roubados no jogo de Kiev, que tivemos azar porque o André André se lesionou e que os assobios destabilizaram tanto a equipa que não conseguiram jogar concentrados!

Peço que o façam, não para benefício próprio, mas porque me preocupo com a vossa saúde mental e com a percepção que as outras pessoas têm acerca disso mesmo. Quando ouço um portista a arranjar 1001 desculpas para justificar o mau momento da NOSSA equipa, começo a lembrar-me de todos aqueles anos em que dominamos o futebol português, com aquele ruido de fundo de benfiquistas e sportinguistas, a justificarem o obvio com teorias da conspiração.

Nós somos diferentes, não porque somos megalómanos, mas porque durante anos lutamos contra um desígnio que nos era imposto por um país centralizado. Quando não sabemos identificar os nossos erros e omissões e culpamos todos, menos os verdadeiros responsáveis, começamos a cometer os mesmos equívocos dos outros, e tornamo-nos num cliché.

O jogo ontem não era importante, pois todos sabíamos que era muito difícil ganhar em Londres ou que o Maccabi ganhasse em Kiev. O nosso treinador também o sabia e dadas as expectativas, ninguém ficaria surpreendido que apostasse numa equipa vocacionada para o ataque. Mas ao contrário de tudo o que é logico, começa o jogo com 3 centrais e 0 pontas de lança… Perdemos bem, nos últimos minutos podíamos ter sofrido mais golos, e não soubemos aproveitar o mau momento de forma de uma das melhores equipas da europa. Podia entrar em considerações técnicas, mas quanto ao jogo, nada tenho mais a dizer.

Já sei que é pecado criticar qualquer acção do NGP, homem que tantas alegrias nos deu e que colocou um clube regional no patamar onde merece: na mente e no coração de milhões de pessoas em todo o planeta (não chegamos aos 14 milhões, mas somos bastantes), tornando-o num clube mundial. Sempre respeitei as posições que tomou, para benefício do NOSSO clube, nomeadamente na protecção que deu aos treinadores que menos contribuíram para o sucesso do Porto. Mas por vezes, não lhe gabo a teimosia.

Como não tenho palas nos meus olhos, vejo alguns dos méritos do nosso estimado treinador. Podem culpa-lo de muita coisa, mas o que é certo é que descobriu o Ruben Neves e apostou nele aos 17 anos. Conseguiu atrair bons jogadores para o nosso clube como o Oliver ou o Casimiro. Mas nunca conseguiu criar um estilo de jogo atractivo que fosse permanente. Alternamos sempre boas exibições, com exibições paupérrimas.

Espero que a equipa encontre o caminho e que Lopetegui encontre uma forma de se tornar no treinador que todos esperamos que seja. Mas começo a ver padrões “a la” Paulo Fonseca que me começam a preocupar.

Todos os ciclos têm um início e um fim e temo que o deste estimado senhor esteja a encurtar-se. Bem sei que teremos que esperar até ao final da temporada para que algo mude (a não ser que saia pelo seu próprio pé) mas mais do que tudo, espero que encontre a chama que parece ter perdido, e nos direcione para o sucesso ainda esta temporada. Só ele o poderá fazer.

Não irei hoje entrar em grandes considerações acerca de jogadores específicos, mas também me parece evidente que o mau momento de forma de alguns deles tem influenciado o rendimento de toda a equipa. De qualquer forma, não é legítimo que imputemos essa culpa também ao treinador.

Acabo então, dizendo o seguinte: parem de relembrar os 5-0 no Dragão, os 3-2 ao Celtic em Sevilha, os 7-0 do Celta, o penalti escandaloso do Naldo ou o manto protector. Não nos serve de nada! Temos jogado mal, e apesar das más arbitragens, deveríamos fazer muito mais e melhor. Por isso peço que não sejam como os vermelhuscos e os esverdeados, que se alimentaram durante uma vida com a memória de glórias que nunca presenciaram. Queiram e peçam mais ao NOSSO clube. Não há mal nenhum nisso!

 

P.S. – a diferença entre um adepto que é sócio, e outro que não o é, é apenas o dinheiro. E quando se capacitarem disso, verão que a superioridade que sentem por poderem pagar quotas e um lugar anual traduz-se apenas em falta de humildade (falo unicamente para quem esta carapuça lhe assenta).

Malapatas

E pronto, a malapata madeirense acabou, mesmo contra uma força natural que teimava a impedir que isso acontecesse. Mas mesmo depois de ultrapassarmos ventos ciclónicos e o nevoeiro cerrado, pareceu-me que tivemos de nos sobrepor ao maior obstáculo de todos: Bruno Paixão. Como este senhor se tornou árbitro é algo que nunca irei perceber e mais uma vez fomos ultrajados por um individuo que parece mandatado pelo “big brother” para dificultar o nosso já sinuoso caminho.

Ao contrário do que aconteceu muitas vezes esta época, conseguimos materializar a superioridade demonstrada nos minutos iniciais, marcando aos 25 minutos o terceiro golo, permitindo que a equipa conseguisse controlar o jogo de forma confortável. Destaco o trabalho de Layun, do Maxi e do Corona nestes minutos, que com engenho e alguma sorte, lembraram-me do potencial que temos para jogar bom futebol. Conseguiram também calar as mães da Madeira, que não sabem que os tachos que levam para o campo, deveriam servir para alimentar os filhos, e não para produzir barulho.

Depois dos 25 minutos, começou a sentir-se a mão pesada do árbitro, que talvez surpreso pelo inicio demolidor do FCP, não tivesse conseguido tornar-se protagonista desde cedo. Assim, depois do embate inicial, começou a espalhar a sua magia e a tornar um jogo que estava a decorrer normalmente, num espectáculo deprimente. Certo também é que os outros intervenientes, nomeadamente os jogadores do nosso clube, desaceleraram e baixaram as linhas. De qualquer forma interrogo-me como é que é possível o árbitro, juntamente com um fiscal de linha e um quarto árbitro, conseguirem ver uma entrada maldosa de Osvaldo, quando nas imagens vê-se claramente que apesar da impetuosidade, o nosso jogador não toca no jogador do União da Madeira. É estranho e pareceu-me “encomendado”. Como muitos “serviços” que este triste personagem já prestou aos outros clubes.

Dito isto, devo dizer que apesar de ter gostado dos primeiros minutos do jogo, não gostei do desempenho de alguns jogadores, que parecem em sub-rendimento. Um deles é Osvaldo, que parece dar razão aqueles que reclamam por uma oportunidade de André Silva provar que é uma alternativa (incluo-me neste lote). Não gostei também de ver o calvário do Herrera, que apesar de ter marcado um golo, consegue falhar constantemente tanto passes longos como curtos. De resto penso que nas laterais não há dúvidas de quem deve jogar (apesar de não termos alternativas) e nas extremas, tanto Brahimi como Corona estiveram bem, mas dado a sua falta de apetência defensiva, talvez não seja uma dupla usada em jogos com equipas mais fortes.

Espero que este jogo tenha servido para começar uma etapa nova, e que as boas exibições comecem a ser uma constante e não aconteçam em alternância com exibições que nos fazem sentir pouco seguros relativamente a uma equipa que tem o dever de fazer muito mais. O jogo contra o Tondela foi dos piores que vi do meu clube.

Quero acabar este texto abordando o tema da compra dos direitos televisivos e da btv pela ZON, num negócio que poderá chega aos 400 milhões de euros dizendo o seguinte: pela primeira vez fico contente por ser cliente da MEO e espero que a ZON seja obrigada a deixar de patrocinar a Liga Portuguesa de Futebol. Ser patrocinador oficial de uma competição e ser ao mesmo tempo detentor dos direitos televisivos de uma equipa especifica pressupõe a existência de um conflicto de interesses que é demasiado óbvio para poder esconde-lo no mesmo baú onde colocam a caixa Eusébio. De qualquer forma, penso que é um bom negócio para os outros e pode ser que ajude o nosso a negociar no futuro, melhores condições de venda dos seus direitos.

O meu Portismo é melhor do que o teu

Já não escrevia há uns tempos porque com interrupções de campeonato e com tanta areia que anda por aí no ar acerca dos clubes da 2ª circular, não tinha nada de relevante para opinar, ou antes, nada que me parecesse pertinente.

Hoje porém, comecei logo pela manhã, a sentir um certo desconforto com a piosidade de alguns companheiros portistas que impelidos pelo seu beatificado portismo, acham que são os profetas de uma corrente de clubismo que deve ser partilhado por todos nós.

Dado que sou alguém que sempre pensou pela sua própria cabeça (e ateu convicto), venho desta forma dizer-vos que não gostei de ver o NOSSO clube perder um jogo que, como disse o nosso grande treinador, era o jogo mais importante da época. Ora, se perdemos o jogo mais importante da época, há que pensar bem nas expectativas relativas aos outros jogos que se avizinham.

Devo também dizer que percebo perfeitamente que não gostem de ler ou ouvir outras pessoas, portistas ou não, criticarem o nosso clube, mas também sei que quando são os próprios a fazê-lo, em casa onde ninguém vos ouve (a não ser a esposa que já não liga), não se abstêm de utilizar o extenso vernáculo que foram adquirindo durante a vossa existência.

Dito isto, venho agora expressar o meu desagrado por mais uma vez “falharmos um penalti”, algo que me parece um traço que nos começa a distinguir. Não sou pessimista mas não me parece realista esperar pela conjugação de resultados que nos garantem a passagem aos oitavos de final. Esperar que o Porto ganhe ao Chelsea, ou que o Dínamo de Kiev empate ou perca com o Maccabi, exige de mim uma certa religiosidade que não possuo.

Expresso tudo isto, não com desdém, mas como resultado de um amor paterno que nutro pelo meu clube. Aquele amor que não é condescendente, e que tenta impeli-lo para o sucesso. Já disse que não sou apologista de assobiar o clube durante o jogo mas no fim, se a equipa joga mal, se o treinador faz substituições que não se entendem, se o melhor guarda redes do mundo sofre um frango monumental, os assobios são um sintoma de que algo não está bem.

Espero que, como muitas vezes aconteceu durante estes anos, o meu clube se transcenda e supere a adversidade com todo o meu apoio, e que recupere desta inércia que se abate nos jogos que decidem títulos. Mas por vezes isso só acontece com um bocadinho de “tough love”.

Eu não sou pai, mas tenho um e já tive uma mãe. Ambos me mostraram que o mimo deve ser dado sem reservas, mas se não for retribuído, não faz qualquer sentido.

Devagar também se chega tarde

Poderia começar este texto a argumentar que o Braga estacionou o camião à frente da baliza, que o Brahimi se lesionou numa altura em que precisávamos dele, que Marte não estava alinhado com Júpiter e que a conjugação destes factores juntamente com uma dose anormal de azar, provocaram um empate que acabou por ser injusto (apesar de ter começado este texto extactamente assim).

Poderia, mas relativamente a este jogo vou apenas dizer que começa a ser óbvio que não temos capacidade mental (pois parece-me que temos jogadores suficientemente bons) para não falhar em momentos decisivos. Não relembro o que se passou na época passada, mas já nesta época falhamos alguns penaltis (metaforicamente falando) que poderão ser decisivos nas contas finais do campeonato. Como não sou alarmista, vou esperar mais umas jornadas para aferir se as minhas preocupações são reais. Mas se não temos capacidade para ganhar em casa a equipas demasiado defensivas, vai ser complicado jogar com qualquer equipa portuguesa que venha ao Dragão.

Um tema que tenho andado a saborear há uns dias é o tema “Uma prostituta escreve um livro e desencadeia uma investigação, um arbitro fala em pressões para beneficiar um clube e não tem idoneidade para o fazer” (algo que um colega portista me relembrou quando leu esta notícia). É um tema bastante incómodo para 14 milhões de pessoas mas não deixa de ser real a dualidade de critérios morais que estes adeptos do clube dos outros demonstram quando enterram a cabeça na areia mais uma vez e acham que é normal que isto aconteça, ao considerarem que o árbitro Marco Ferreira é menos credível que a outra senhora que acendia cigarros para esconder o cheiro a flato, sempre que o nosso grande presidente decidia descomprimir. Isto é tão descaradamente irracional que as minhas suspeitas de que ser benfiquista é um defeito de carácter começam a fazer cada vez maior sentido (que me perdoem os meus amigos adeptos do clube encarnado, mas o exagero faz parte da sátira). Quanto a este tema tenho tudo dito, acrescento apenas que depois do caso da caixa Eusébio, se não houver qualquer desenvolvimento relativamente a isto, penso que tudo é permitido no futebol português, como se pode comprovar pelo comportamento deplorável dos dirigentes dos verduscos e dos fanfarrões iluminados durante este último mês.

Mas o que me incomodou ontem (menos do que ter caído para o segundo lugar, mas ainda assim o suficiente para ter vontade de verbalizar o meu desagrado) foi a falta de savoir gain que o Jasus sempre demonstrou e que ontem conheceu novos picos. A conferência de imprensa teve tanto de incorrecta a um nível gramatical, como de gabarolice farfante (perdoem-me o pleonasmo). Tenho visto muitos a justificar a atitude com as constantes pressões de que o sr. tem vindo a ser alvo pelo clube de Carnide (uma palavra de apreço aos anormais que revelaram num fórum da especialidade, os números de telefone do profeta e de alguns jogadores dos verdes) mas na verdade, se a fanfarronice quando era treinador do clube dos outros era enorme, imaginem como estarão os níveis de sobranceria do indivíduo agora que está num clube pior e ganha fora onde nenhum outro treinador desse clube ganhava há 60 e tal anos. É pena, pois tinha hipótese de sair em grande da luz e saiu do tamanho da sua educação e humildade.

Quanto ao resto, penso que foi um jogo disputado até ao 3º golo do sporting lisbon, mas sem grandes momentos nos minutos subsequentes. Acabou por ser uma vitória justa que penalizou a equipa que tentou esgrimir maiores argumentos fora do campo, quando o deveria ter feito dentro.

P.S. – Uma palavra a Lopetegui: o Paulo Fonseca também disse que ia ser campeão por isso aconselho a dosear o optimismo depois de um resultado negativo. Aquele que conseguia prever o futuro, infelizmente já morreu… Estou a falar do Zandinga, como é claro.