Indignação Contida

Não consegui escrever algo sobre o jogo com o sporting pois abateu-se sobre mim um profundo sentimento depressivo. O meu clube não joga futebol… Tive essa noção no sábado e ontem obtive confirmação após o apito final contra a equipa B do Rio Ave.

Dei por mim a culpar o treinador, o Brahimi, o Aboubakar e até o Corona… Culpei o NGP, o Antero, o médico careca e até o Rui Barros. Culpei os assobios durante os jogos, os erros de arbitragem (que se multiplicam) e até o estado do relvado de alguns campos.

Mas na verdade, a culpa disto tudo é apenas minha. É minha porque como adepto por vezes doente, criei uma expectativa utópica relativamente ao desempenho da equipa de futebol do MEU clube. Na minha mente temos os melhores jogadores que o dinheiro de outros consegue pagar, temos o treinador que todos queriam passados 3 meses de cá estar, temos um dos estádios mais bonitos do mundo, uma massa adepta que adora o clube e somos a equipa que mais portugueses odeiam, o que faz de nós tremendamente especiais e únicos. Somos odiados não por sermos ranzinzas, mas porque ganhamos durante anos, tudo o que havia para ganhar.

Como não posso viver no passado, como muitos colegas contemporâneos de outros clubes, das duas uma: ou me consciencializo que não há nada a fazer (que não poderemos mudar de treinador, contratar um central e um lateral em condições ou despedir 3 ou 4 directores que apenas sugam os recursos do FCP) ou então indigno-me de forma controlada pois não partilho da histeria generalizada, que caracteriza principalmente os adeptos dos nossos rivais.

Sendo assim, e porque opto pela segunda opção, pretendo indignar-me controladamente dizendo que não concordo com a forma como o nosso clube está a ser gerido, penso que o nosso treinador não reúne condições para melhorar o futebol praticado pela nossa equipa e existem alguns jogadores que deverão sair pois parece-me que não gostam de cá estar. Poderia bem ter dito isto adicionando o vernáculo que se exige, mas ainda não tomei o pequeno almoço.

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