Cantinflas

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Se alguém se destacou no jogo de ontem, foi aquele que durante anos detestei. Que me perdoem todos aqueles que cedo se esqueceram de anos sucessivos de entradas assassinas, de impunidade e de um feitio miserável que se coaduna com tudo o que o clube dos outros representa, mas o meu ódio pelo Cantinflas rivaliza com aquele que nutro pelo falecido Filipe Anunciação.

No entanto, como o Darth Vader, também eu sinto um conflito interior, pois este jogador cujo nome há pouco tempo comecei a conseguir verbalizar – Maxi Pereira, ainda não fez um mau jogo desde que chegou ao Dragão e por muito que não queira, dou por mim por vezes a simpatizar com a sua atitude em campo. Até já me disseram que me ouviram a aplaudir uma das suas subidas à área adversária… Não me lembro de alguma vez o ter feito, mas poderá ser verdade. Se esta tendência continua temo que poderei acabar a temporada a exultar as suas exibições.

Hoje numa conversa de café discuti com um sr. portista que me dizia que ele nunca foi um jogador maldoso e que sempre achou que ele era apenas um jogador raçudo que por ser um pouco agressivo, por vezes reincidia em lances faltosos sem intenção. Até aqui tudo bem, se eu nunca tivesse assistido a qualquer jogo do Porto com este amigalhaço e o ouvisse a insultar o uruguaio com adjectivos verbosos que rimam com “truta”, com “portão” ou até com “sinaleiro”.

Como sou coerente e antes do Porto oficializar a contratação fiz de tudo para que isso não acontecesse (e por isto entenda-se que enviei mensagens para o twitter e facebook do FCP), não consigo agora admitir que como individuo, o Maxi Pereira seja alguém que não é conflituoso com jogadores adversários ou capaz de provocar uma lesão a um colega de forma deliberada. Mas se mantiver a atitude que tem mantido até agora, poderá dentro de algum tempo tornar-se num jogador que poderei apreciar sem me sentir culpado.

P.S. – A forma como defendemos na 1ª parte deixa-me um pouco apreensivo para o jogo do campeonato que se aproxima. Ainda temos tempo para fazer os devidos acerto, mas a vitória é crucial para que possamos ganhar pontos a um, ou a ambos os rivais da 2ª circular.

P.S. 2 – Temos de ganhar os próximos dois jogos da UCL e assim garantir a passagem à próxima eliminatória. Está ao nosso alcance e é a nossa obrigação.

Esterquice

Não sou um fã de qualquer senhor que compõe a generalidade dos painéis de discussão (talvez o nosso Bernardino Barros seja a excepção), nem tão pouco dos programas desportivos que esses painéis integram. Não sou fã pois na qualidade de adepto fervoroso do meu clube reconheço-me qualidades argumentativas superiores às de qualquer um deles. Muitos não têm um normal conhecimento da língua que falámos (que é o Português), outros não têm noções de educação ou de urbanidade, e quase todos eles discutem tudo menos futebol.

Na terça porém, devo confessar, que por momentos senti alguma compaixão pelo sr. Barroso, depois de ver o vídeo da sua saída em directo, do pior programa de televisão (quase empatado com o “Você na TV” – vaginas rejuvenescidas, really??) de que tenho lembrança. Rivaliza com os “Donos da Bola”, onde ganha em mau gosto, mas não consegue ganhar em falta de isenção jornalística (apesar da luta ser renhida).

Apesar de só abundarem vídeos no Youtube desse sr. expondo-se a diversas situações ridículas (pois todos os outros foram retirados), consegui assistir aos derradeiros minutos da sua prestação. Foi verboso, coerente e até comovente. Sentiu-se o asco e o nojo que nutre pelo seu adversário benfiquista e percebeu-se que desistia pois, como o Murtaugh, he’s getting too old for that shit.

O adversário benfiquista, “monte de esterco” como carinhosamente o apelidei, é um senhor que é director do benfica (ou benfica TV, e do benfica por inerência) e que por onde passou, deixou um rasto de retórica oca e incendiária, assente em poucos factos e muita matérias excremental.

As perguntas que se impõem: Está no canal certo para esse tipo de discurso? Está! O canal é um canal de referência no que respeita a isenção jornalística? Não! Assessor de Paulo Portas, é um cargo público? É! A função confere algum tipo de estatuto de serviço à pátria? Não!

Acredito em liberdade de expressão e é por isso que não vejo muitos programas de “opinião” desportiva. Acredito também que é possível haver programas de discussão (acerca de qualquer assunto) que possam ter qualidade. Mas até ao dia em que isso acontecer, prefiro ouvir o Tono Barbeiro a discutir as grandes questões do nosso país com o Zé Picheleiro, pois ao menos estes não têm qualquer agenda encomendada e apesar do recurso ao vernáculo ser uma constante, acabam sempre as interacções com um aperto de mão e um “até mais logo”.

Conversas de recreio

Muito mais do que qualquer debate político, o confronto entre dois fanfarrões que se detestam é por demais divertido. E se tiverem a maturidade de dois miúdos de 8 anos ainda melhor!

bdc

O muito antecipado Prolongamento desta segunda-feira produziu pérolas como:

“Eu estive no governo, servi o meu país!”

“Vem aí cheio de papelinhos a dizer parvoíces!”

“Este homem é um máximo!”

“Se não responde é porque não pagou!”

“Pôs em causa o Eusébio! (lágrima no olho)”

“Você é um tretas!”

“Deixe aqui os papéis!”

“Eu como gestor sou um zero, você como pessoa é nada!”

É incrível quando num programa de futebol, o elemento que consegue manter o discernimento e coerência é o Manuel Serrão!

Muito mais do que um debate de ideias, o que se passou no pior canal português, logo a seguir ao canal do Correio da Manhã (não tenho provas estatísticas para o provar mas tenho um feeling, e eu escrevi “pior” e não “o menos visto”), foi um pissing contest (não encontro uma expressão portuguesa melhor) entre duas crianças que utilizam o argumento “tu é que és e cheiras a chulé” para justificarem qualquer tipo de dúvidas acerca das suas debilidades. Foi bastante cómico e ao mesmo tempo triste pois trata-se do Presidente de um clube de futebol com alguma expressão em Portugal e… um monte de… um ser hum… um senhor que tem uma posição de responsabilidade noutro clube grande.

De qualquer forma foi lavada tanta roupa suja entre os dois, que a polícia terá suficiente matéria acerca de irregularidades do futebol nacional para se manterem entretidos durante algum tempo.

P.S. – Ouvi dizer que o Barroso chegou a vias de facto com o Pedro Guerra #FootballLeaks

Oh Captain! My Captain!

A grande lição que aprendi nestes últimos 34 anos de vida (e primeiros também) é que a vida é feita de momentos agridoces. Nada é tão certo, a não ser a morte e que pagaremos impostos até ao momento final (perdoem-me o MeetJoeBlackismo). Ontem porém quando acordei, senti que pudesse ser diferente.

Não sei se foi a chuva, o vento ou até o cheiro das fossas inundadas, mas senti que estavam reunidas as condições para que o vento da mudança pudesse ser sentido. No entanto, quando o dia finou, o triste fado português entoou alto demais para que pudesse ignora-lo (não era a Mariza que estava a cantar).

Mas por partes: o Porto entrou em campo com uma equipa ambiciosa, vocacionada para atacar, contra um equipa que vinha de uma série de resultados negativos. Como o empate contra o Moreirense ainda estava fresco, contive um pouco as minhas expectativas pois temos alternado boas exibições contra boas equipas, com fracas exibições contra equipas fracas. Parece-me por vezes que os jogadores não se sentem motivados em jogos que lhes dão pouca visibilidade, guardando-se para palcos mais iluminados.

Mal começou o jogo senti que Brahimi, rosto do fenómeno que mencionei, tinha encontrado combustível nas palavras de muitos que como eu o acusam de render pouco, e assumiu a responsabilidade de atacar a baliza do Belenenses como se de um furacão magrebino se tratasse. Apesar de continuar a ver o Porto muito lento nas transições ofensivas, vi que houve maior entrosamento entre os jogadores, que produziram jogadas de fino recorte técnico (sim, escrevi “fino recorte técnico”), mas que não tiveram o efeito desejado. Senti que ontem não era o dia de Aboubakar e que André André, apesar de regular, demonstrou alguns sinais de cansaço.

No entanto, o momento que marcou a primeira parte, foi a lesão do capitão Maicon. Uma lesão que poderá afastá-lo por algum tempo, reduzindo as nossas já reduzidas opções para o miolo da defesa. Mas não foi a lesão que marcou definitivamente a partida mas sim o facto da braçadeira que já foi usada por figuras marcantes do nosso clube como João Pinto ou Jorge Costa, ser entregue a um dos novos símbolos do nosso clube, que com apenas 18 anos, carrega nos seus ombros a mística e força do dragão, com uma maturidade fora do comum.

ruben neves

Na segunda parte, sem aparentemente sentir qualquer peso da responsabilidade que lhe endossaram, Rúben Neves assumiu o meio campo da nossa equipa e tanto a defender como a atacar esteve irrepreensível. É incrível a forma como faz passes longos quase teleguiados e como preenche todos os espaços no meio campo de forma eficaz e eficiente.

Tornou-se aparente que se conseguíssemos marcar um golo, a frágil equipa montada por Sá Pinto se desmoronaria, o que aconteceu aos 53 minutos, após mais uma jogada iniciada na esquerda por Brahimi, que depois de uma série de dribles faz chegar a bola a Corona que de primeira, chuta com sucesso para a baliza adversária.

Pareceu-me uma exibição bem conseguida pela maioria dos nossos jogadores, mas destaco as do Rúben (o nosso herói silencioso), do Brahimi (o nosso herói extravagante) e do Osvaldo (o nosso herói hippie) que conseguiu marcar finalmente um golo e levou o Luís Freitas Lobo quase à ejaculação.

No final do jogo mudo de canal e verifico que a coligação que actualmente governa se manterá no poder por mais 4 anos e foi neste momento que tudo começou a correr mal. Durante o dia pensei que todas as sondagens pudessem estar erradas e que o povo português, outrora imune a narrativas demagógicas e destinadas a incutir o medo no futuro (muito ao jeito de movimentos políticos que tiveram grande sucesso na Europa central em meados do século XX), pudesse confiar o futuro do país a um partido de esquerda. Não porque os intervenientes fossem muito diferentes das suas contra-partes, mas porque estavam cansados de um regime que conseguiu diminuir as condições de vida dos portugueses para níveis que nem os nossos pais assistiram (poderei estar a exagerar, mas mais uma vez, o blog é meu e eu escrevo o que me apetece).

Depois verifico que o Jasus consegue espetar cinco no Sérgio Conceição e aí consciencializo-me que realmente, o dia de ontem não foi diferente de tantos outros. As forças karmicas não produziram nada de bom pelo que o Ghandi e o Buda podem ir para a grandessíssima… espera, de que estava eu a falar?

P.S. – Uma palavra a muitos portistas que conheço que acham que por terem um espírito crítico no mínimo contido, acham que são melhores adeptos do que qualquer outro: a ausência de dúvida não é sinal de inteligência, é apenas um defeito de quem não gosta de pensar.

Fanfarrões fanfarronam

O que é que um carro da Volkswagen tem em comum com o presidente do clube do campo grande? Ambos usam formas ilusórias para esconder a fumaça que provocam.

Como é seu apanágio, sempre que o clube não ganha, o senhor da moral vem a público disparar contra tudo e contra todos, de forma a esconder uma certa desorientação que se acumula e que se torna cada vez mais difícil de esconder.

Antes de mais, devo dizer que conheço alguns adeptos deste clube que se revêm sem qualquer espírito crítico na forma como este senhor tem desenvolvido o seu trabalho no clube, mas conheço outros que começam a cansar-se de tanta fanfarronice. De qualquer forma, passo a explicar o que quero dizer, e fá-lo-ei de forma estruturada para que consiga adereçar alguns dos pontos que o senhor abordou e que li e vi nos diferentes jornais e telejornais desportivos:

. “questão” jogadores que o Porto e o clube “dos outros” contrataram que eram alvos prioritários em campo grande – o senhor da moral não consegue competir com luvas, sacos azuis e prostituas e só por isso é que os jogadores, que não têm qualquer ambição em jogar em clubes vencedores, não assinaram. Um clube que não ganha um campeonato há 13 anos, um clube que dos maiores 3 em Portugal menos títulos de futebol profissional ganharam é realmente muito mais atractivo para jogadores talentosos do que os outros dois pois qualquer um se sente mais motivado quando sabe que representa uma organização que sempre foi muito forte no atletismo, no salto ao eixo e na sameirinha em pista coberta.

. “questão” adeptos que contestam a sua gestão – não podem haver opiniões discordantes porque o que este senhor faz não é criticável! Porquê? Porque sim, e este é um argumento que nunca falha em qualquer tipo de discussão.

.”questão” Álvaro Sobrinho –  o sr. Álvaro Sobrinho é um grande sportinguista porque pegou em 20 dos seus muitos milhões e emprestou-os ao clube e garantiu agora uma parte no capital da SAD! Dados os contornos do negócio, penso que subestimou o sr. Sobrinho. Ele não é um grande adepto… É um grandíssimo adepto.

. “questão” Carnide e o nº de adeptos do clube de Carnide: talvez tenha sido o tema mais importante que o senhor da moral abordou, pela necessidade nacional de ser reposta a verdade. Qualquer português mais desatento cairia na tentação de achar que existem em Portugal 6 milhões de pessoas que se interessam por futebol e que são adeptos do mesmo clube. Ainda bem que houve alguém que teve a coragem de verbalizar em voz alta que afinal os adeptos lampiões são, arbitrariamente, apenas 4,5 milhões, e que Benfica fica em Carnide! Ah, e mais uma vez, de forma arbitrária, dizer que existem 3,5 milhões de adeptos do clube do campo grande. Na minha opinião existem 20 milhões de portistas em Portugal. E devo dizer que cheguei a este número da mesma forma que o senhor da moral chegou aos números que adiantou: através da minha capacidade fora do normal em expressar a minha vontade como se fosse um facto.

Entre estas “questões” discutidas, surgem mais algumas que me levam a crer que o senhor da moral está a começar a perder algum do fulgor inicial de novas direcções fanfarrónicas (lembro-me de uma que bons resultados teve na segunda circular, no final dos anos 90). Nunca o tinha visto a pedir aos sócios para não o deixarem cair porque tem mulher e duas filhas e porque como é presidente do clube, nunca mais conseguirá arranjar um emprego em qualquer empresa que se dedique a qualquer outra actividade que não seja a desportiva. Acho também genial que tenha sentido necessidade de explicar que ser adepto primeiro e presidente depois é essencial para ser um bom dirigente e mais, para poder discutir as acções da estrutura directiva de qualquer clube de futebol em programas televisivos da especialidade. Ouvi dizer que nos próximos dias deverá revelar que para se poder ser presidente de um clube se deverá ter barba, uma voz igual à do Joaquim Monchique e uma capacidade extraordinária em posar para fotografias de forma caricata.

Deixo um palavra de apreço ao presidente do Marítimo, sr. que nunca apreciei particularmente mas que disse o que todos temiam: o senhor da moral tem jeito para a bola, mas é para a bola de berlim. Penso que nos próximos dias deverá esperar pelo processo por difamação de que deverá ser alvo. Talvez possa esta a exagerar… Ouvi dizer que paradoxalmente, apenas são processados adeptos do clube do campo grande.

https://twitter.com/HAndreSilva/status/648161562671321089/video/1

Andrés nunca são demais

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O ambiente está ao rubro, quase 50000 pessoas pintam o estádio do maior e melhor clube do mundo de um azul lindo com um leve escarro vermelho no topo, cantam o mais bonito hino de todos os hinos que me lembro e… eu em casa sentado no sofá a rezar para que o stream legal (não vos aborrecerei com uma explicação detalhada, a la Inácio ou Galamba) que utilizo para poder ver o jogo não pare. Penso que o facto de não acreditar em divindades me tenha tramado nessa pretensão. De qualquer forma, consegui ver o jogo como muitos portugueses, com alguns recuos e avanços.

O jogo em questão, o único clássico que realmente importa para a maioria das pessoas, teria de ser ganho impreterivelmente pelo meu clube, porque eu assim queria e no esquema geral das coisas, a minha felicidade é mais relevante do que a de qualquer outra pessoa que coabita este enorme calhau a que alguém um dia apelidou de “Terra”.

Quando vi pela primeira vez o onze inicial do Porto senti que desta vez o nosso treinador não iria inventar, e que tínhamos uma séria possibilidade de ganhar o jogo. Pelo menos se perdêssemos, nada poderia apontar a Lopétegui pois a equipa que começaria o jogo era a mesma que escolheria se fosse eu o responsável (o meu barómetro de qualidade).

Na primeira parte, os outros (cujo nome recuso-me a pronunciar) jogaram melhor e se não fosse o nosso guarda-redes, por sinal de classe mundial, poderíamos ter ido para o balneário ao intervalo com dois golos sofridos. Os nossos extremos nada produziram e defensivamente estivemos pouco concentrados. Uma palavra de apreço ao Maicon e ao Maxi por se terem mantido calmos e não terem entrado em tricas com os jogadores adversários.

Na segunda parte, depois da palestra, os nosso jogadores entraram com vontade e muito fizeram para mudar o rumo do jogo. De destacar o trabalho incansável de Aboubakar, que um pouco isolado na frente, tentou sempre atacar com discernimento, algo que não acontecia com Brahimi e Corona. Lopétegui colocou Varela em jogo, trocou Rúben Neves (já amarelado) por Danilo e finalmente faz a substituição da praxe que até agora ainda não produziu qualquer efeito. Esta última talvez a única substituição que não se percebeu, pois deu a sensação que tirar o jogador mais influente da equipa naquele momento fosse um tiro no pé.

Ainda se ouviam os assobios que assombravam a decisão, quando Brahimi pega na bola a meio campo e num momento raro nesta partida, passa bem a bola para Varela que, com um toque de calcanhar isola André André e que por sua vez, com uma calma que acompanha apenas aqueles que estão destinados à imortalidade, remata sem hipóteses para o golo que resolvia definitivamente a questão de quem sairia vencedor deste jogo.

Nesse momento, dei por mim a gritar contra tudo e contra todos até que… reparei que estava sozinho e não fazia muito sentido continuar. Para além de um par de outras coisas, nada me dá mais prazer do que ver o meu clube do coração a ganhar aos outros. Não sei porquê… Talvez tenha herdado de algum familiar o espirito de revolta contra a tirania fascista. De qualquer forma consciencializei-me de que poderia ir dormir com um sentimento de dever cumprido. Pensei pela ultima vez como gostei de ver um jogador português e portista a marcar um golo ao nosso eterno rival e como poderá tonar-se um símbolo do clube. Numa altura em que eles escasseiam (os símbolos), temos para além do André André, outro jogador que leva para o campo o peso da responsabilidade de envergar aquela camisola histórica e utiliza-o como combustível para conduzir a equipa à vitória – Rúben Neves.

Deitei-me e adormeci ao som de comentadores desportivos benfiquistamente isentos a trocarem banalidades. Musica para os meus ouvidos…

Momento “Octavio Machado”

Lopetegui

Terminado o jogo com o Dínamo de Kiev e um amargo de boca que tem vindo a acumular-se desde Sábado, começa a pesar demasiado na minha paciência.

Não é pelo golo sofrido infantilmente, em que todos levantam a mão como se fosse essa a forma de um fora-de-jogo ser marcado, ou até do facto do nosso guarda-redes, por sinal de renome mundial, não se ter feito ao lance rapidamente. O asco adensou-se no começo, quando contra uma equipa cujo melhor jogador é o irmão do Bruno Moraes, iniciamos a partida com 4 médios-centro, algo que sempre apelidei de Jesualdice, e antes deste, de Octavice, e que nunca produziu nada de bom.

Nunca fui uma pessoa de alarmismos. Sempre tive paciência com os nossos treinadores, mesmo face à derrota, e dou-lhes sempre o beneficio da dúvida na 1ª temporada no clube. Mas passado esse tempo começo a cobrar pois, se sou exigente comigo no meu trabalho (o que me permite comer e ver pornografia na internet), tenho de ser com o meu clube (que me permite vernacular e ser feliz).

Dito isto, devo dizer que Lopetegui pode desculpar-se com a saída de jogadores importantes, com o árbitro ou com o estado do relvado, mas há um aspecto que é factual e incontestável: a forma de jogar da equipa não mudou nem melhorou desde o ano passado – continuamos a trocar muito a bola mas de forma inconsequente, lenta e imensuravelmente chata. De que nos serve ter posse de bola se isso não se traduz em golos?? De que nos serve ter o melhor guarda redes do Mundo se antes de fazer uma grande defesa mete um monumental nojo que só não deu golo porque temos o defesa direito mais merdosamente espectacular a zelar pelos nosso interesses?? De que nos serve contratar um extremo habilidoso, se começa no banco??

No jogo contra o Arouca a falta de ambição e desnorte da equipa foram disfarçadas pelas grandes exibições do Rúben Neves, do André André (sim corrector do Windows, não é um engano, ele chama-se mesmo André André) do Maxi e do Corona. Ontem aconteceu um pouco do mesmo mas desta vez quem mais se destacou foi o Aboubakar e o Layun, que pouco defende mas ataca bem.

Sempre critiquei o Paulo Fonseca por querer jogar com dois trincos, mas talvez esse tivesse alguma razão quando olhava para o plantel e via jogadores como o Licá, o Ghilas ou o Josué (que me perdoem mas não me parece que joguem na mesma liga do Corona, do Brahimi ou do Tello). Podem não querer ver isto mas não me lembro de alguma vez o nosso clube ter dado condições a um treinador como foram dadas a este.

Nunca fui um adepto de assobiar a minha equipa. Apoio sempre até ao final de cada partida. Mas chegado a esse momento é altura de pensar no que se passou e no que se deverá melhorar. Desde o ano passado que a resposta é sempre a mesma. E quando isso acontece, algo não está bem.

“Dinâmica” da Selecção

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(Põe mais tabaco nisso Nando)

Quando hoje ligo o meu dispositivo móvel e vejo os destaques dos desportivos on-line, deparo-me com uma frase retirada das declarações do nosso estimado seleccionador nacional e consciencializo-me que hoje em dia qualquer um pode ocupar a cadeira que ocupa Fernando Santos.

Digo isto, não porque penso que daria um treinador excelente (apesar de jogar FM como um predestinado) mas porque tenho a certeza que um lunático está à frente dos destinos da equipa das quinas. E se um lunático o pode fazer, qualquer um também deverá poder.

“Se mantivermos esta dinâmica, esta equipa não é fácil de parar”

Qualquer pessoa que tenha visto o jogo de ontem percebeu duas coisas: falta um ponta de lança a Portugal (eterna malapata) e falta velocidade nas transições. Tendo isto em mente, ou Fernando Santos precisa de moderar na dose de fanfarronice que toma antes dos jogos, ou então deverá querer dizer que se adormecermos os nossos adversários, conseguiremos molhar a sopa quando nos encontrarmos em período de descontos.

Deixo uma palavra de apreço ao Cristiano Ronaldo e ao Nani, que contribuíram como ninguém para manter esta “dinâmica”. Já o Bernardo Silva e o Danilo movimentaram-se demasiado para este estilo de jogo. Certamente não deverão ser titulares na próxima partida.

A vossa merda cheira sempre melhor do que a nossa.

Depois de um período de reflexão, penso que estou em condições para retomar a verbalização das opiniões que vou reunindo acerca de quase tudo, mesmo relativas a assuntos dos quais não percebo muito, mas sinto que tenho algo importante a dizer.

Dito isto, e partindo do principio que percebo tanto de futebol como a maioria das pessoas que são pagas para o fazer (não é uma assunção irrealista) , passo agora a explicar o fenómeno “a nossa merda cheira melhor do que a vossa”, fenómeno esse que não é novo mas começa a chatear-me ao ponto de ter necessidade de escrever acerca disso.

Desde sempre (há 30 anos) que ouço benfiquistas a falar de corrupção no futebol, traduzindo-se o acto ilícito em relações de compadrio que alegadamente existem entre dirigentes do F.C. Porto e árbitros, o F.C. Porto e dirigentes da Liga Portuguesa de Futebol  entre outras. Foi permitido ao clube desses senhores bastantes pios  divulgar escutas, que deveriam estar protegidas pelo Segredo de Justiça, que descontextualizadas, ajudaram a perpetuar o mito que gente reles no desporto, existe apenas  na margem norte do Douro.

Para além destes, ouço também desde tenra idade, muitos sportinguistas a reclamarem das arbitragens, dos jogadores das outras equipas, dos treinadores que lhes roubaram, dos presidentes que não prestam, das faltas no meio campo que nunca são assinaladas, etc.. .

Conclusão: a culpa de todo o insucesso desportivo destes clubes nunca será própria, mas do F.C. Porto.

Peço que me permitam a generalização e o exagero apenas porque estou a tentar explicar o meu ponto de vista e isso ajuda-me bastante, mas continuando…

Na minha opinião TODO o futebol está podre! TODO! Ninguém me diga que só no Porto é que existem tachistas, que só no Porto é que existem pessoas que ganharam dinheiro a burlar outros em negócios com pneus, que só no Porto é que existem dirigentes desportivos que nunca conseguiram manter solventes todos os negócios em que estão ou estiveram imiscuídos ou que só no Porto é que existem pessoas que insistem em manter a promiscuidade entre os clubes e os orgãos que os deveriam tutelar.

Dá-me vontade de rir quando se fala de “fruta” a propósito do F.C. Porto, mas assobia-se para o lado quando um ex-árbitro diz isto:

Já vi muitos benfiquistas a enterrarem a cabeça na areia depois de ouvirem isto. Parece que este Sr. , ex-árbitro benfiquista, que usualmente é simpático nas apreciações aos lances duvidosos do seu clube, não merece qualquer credibilidade.

Dá-me vontade de rir quando se fala do apito Dourado e da alegada influência do NGP no Conselho de Disciplina e no Conselho de Arbitragem mas fingem que isto nunca foi dito:

artigo.DN

Artigo completo

Dá-me vontade de rir quando falam dos dirigentes do F.C. Porto e das claques como se fossem mafiosos que fazem tudo por uma boa dose de mafiosisse, e depois deparo-me com esta situação:

artigo.JN

Artigo Completo

Ou esta:

artigo.ojogo

Artigo Completo

Rio-me disto tudo pois acho bastante irónico que se ande constantemente a cuspir para o ar e não se considere minimamente que o escarro possa cair na própria cabeça (a metáfora não é bonita mas exemplifica exactamente o que quero dizer).

Ainda ontem estava um adepto fervoroso (eufemisticamente falando) do sporting a exultar a capacidade do seu clube em clarificar aos seus sócios as compras e vendas dos seus jogadores. Depois de analisar os quadros percebi que no ano em questão, em vinte e poucas movimentações, só duas é que envolveram comissões…  Eu considero que as direcções dos clubes devem ser o mais transparentes possíveis, mas considerar que os seu sócios são crédulos ao ponto de ainda acreditarem no pai natal é um pouco excessivo.

O que pretendo com tudo isto é o seguinte: penso que é muito fácil culpar tudo e todos pelos respectivos insucessos desportivos dos 3 clubes quando se fala de um fenómeno social que tem mais a ver com questões subjectivas, e do foro emocional, do que propriamente com a razão. Mas se consciencializassem que são portadores desta fragilidade conseguiriam começar a discutir o que realmente importa.

Eu sei que é difícil… Também eu já dei por mim a discutir as façanhas desportivas do benfica e do sporting antes do 25 de Abril de 1974. Não vivi nessa altura mas é do conhecimento geral que ambos os clubes da capital eram bastante protegidos pelo governo fascista. Todas as vitórias do meu clube durante esse período eram bastante mais saborosas pois contrariavam uma força invisível que os impelia para o insucesso. O que ganhei eu com isto??? Não muito.

Hoje em dia, porque não acredito em anjos e muito menos em anjinhos, vejo o futebol como ele é, cheio de pessoas oportunistas que, como dizem os americanos: “are always looking out for number 1”, sendo que o “number one” não é o clube, nem tão pouco os adeptos que lhe dão o ser. Só que ao contrário de muitas “virgens” que por ai andam, acredito que as maleitas do futebol são vícios comuns a todos e assim, ao domingo, tento focar-me na bola e se o Lopetegui põe o Hernani a jogar… E como podem constatar, não tenho tido muita sorte!

Exercício de Inteligência

Por vezes dou por mim a pensar em assuntos esotéricos como acreditar em Jesus. Pessoalmente não acredito ter existido alguém que caminhou sobre a água ou que transformou água em vinho (apesar de reconhecer que por vezes até daria jeito). Não acredito porque não vi, por que acho pouco plausível que algo assim tenha acontecido pois a realidade em que vivo não me permite ser crédulo. Mas vivo em paz com isso. Depois penso em todas aquelas pessoas da minha geração (com 30 anos ou menos) que acreditam em fantasias assim porque alguém lhes disse que aconteceram e agarram-se a essas coisas e as transportam para os dias de hoje. Bem pior do que este tipo de crédulos são os Benfiquistas… Quero dizer, os Benfiquistas doentes. Aqueles que acreditam que o Benfica é o maior clube de Portugal porque alguém lhes disse que foram muitos bons e ganharam muitos títulos antes de nascerem. Como é possível que essas pessoas com os dados que possuem actualmente achem que o clube é grande… Bem, eu tenho 30 anos e vi o meu clube ser campeão 19 vezes… Bem talvez esteja a exagerar. 18 acho que vi. Vi-os ganhar duas taças Uefa, a serem Campeões Europeus (ou como se diz agora: ganhar a “champions”) e Mundiais outras tantas vezes. Eu não acredito que o meu clube é grande. EU SEI que o meu clube é grande. Se a grandeza de um clube se medisse pelo tamanho dos seus fracassos talvez as coisas fossem diferentes.

Perdoem-me todos aqueles crentes que acreditam no regresso do King e que vivem em negação mas apresento-vos o silogismo que mudará a vossa vida: o clube que ganha mais é o maior clube. O Porto é o clube que ganha mais. Logo o Porto é o maior clube. É uma lógica simples, fácil de perceber e inegável.