Fanfarrões fanfarronam

O que é que um carro da Volkswagen tem em comum com o presidente do clube do campo grande? Ambos usam formas ilusórias para esconder a fumaça que provocam.

Como é seu apanágio, sempre que o clube não ganha, o senhor da moral vem a público disparar contra tudo e contra todos, de forma a esconder uma certa desorientação que se acumula e que se torna cada vez mais difícil de esconder.

Antes de mais, devo dizer que conheço alguns adeptos deste clube que se revêm sem qualquer espírito crítico na forma como este senhor tem desenvolvido o seu trabalho no clube, mas conheço outros que começam a cansar-se de tanta fanfarronice. De qualquer forma, passo a explicar o que quero dizer, e fá-lo-ei de forma estruturada para que consiga adereçar alguns dos pontos que o senhor abordou e que li e vi nos diferentes jornais e telejornais desportivos:

. “questão” jogadores que o Porto e o clube “dos outros” contrataram que eram alvos prioritários em campo grande – o senhor da moral não consegue competir com luvas, sacos azuis e prostituas e só por isso é que os jogadores, que não têm qualquer ambição em jogar em clubes vencedores, não assinaram. Um clube que não ganha um campeonato há 13 anos, um clube que dos maiores 3 em Portugal menos títulos de futebol profissional ganharam é realmente muito mais atractivo para jogadores talentosos do que os outros dois pois qualquer um se sente mais motivado quando sabe que representa uma organização que sempre foi muito forte no atletismo, no salto ao eixo e na sameirinha em pista coberta.

. “questão” adeptos que contestam a sua gestão – não podem haver opiniões discordantes porque o que este senhor faz não é criticável! Porquê? Porque sim, e este é um argumento que nunca falha em qualquer tipo de discussão.

.”questão” Álvaro Sobrinho –  o sr. Álvaro Sobrinho é um grande sportinguista porque pegou em 20 dos seus muitos milhões e emprestou-os ao clube e garantiu agora uma parte no capital da SAD! Dados os contornos do negócio, penso que subestimou o sr. Sobrinho. Ele não é um grande adepto… É um grandíssimo adepto.

. “questão” Carnide e o nº de adeptos do clube de Carnide: talvez tenha sido o tema mais importante que o senhor da moral abordou, pela necessidade nacional de ser reposta a verdade. Qualquer português mais desatento cairia na tentação de achar que existem em Portugal 6 milhões de pessoas que se interessam por futebol e que são adeptos do mesmo clube. Ainda bem que houve alguém que teve a coragem de verbalizar em voz alta que afinal os adeptos lampiões são, arbitrariamente, apenas 4,5 milhões, e que Benfica fica em Carnide! Ah, e mais uma vez, de forma arbitrária, dizer que existem 3,5 milhões de adeptos do clube do campo grande. Na minha opinião existem 20 milhões de portistas em Portugal. E devo dizer que cheguei a este número da mesma forma que o senhor da moral chegou aos números que adiantou: através da minha capacidade fora do normal em expressar a minha vontade como se fosse um facto.

Entre estas “questões” discutidas, surgem mais algumas que me levam a crer que o senhor da moral está a começar a perder algum do fulgor inicial de novas direcções fanfarrónicas (lembro-me de uma que bons resultados teve na segunda circular, no final dos anos 90). Nunca o tinha visto a pedir aos sócios para não o deixarem cair porque tem mulher e duas filhas e porque como é presidente do clube, nunca mais conseguirá arranjar um emprego em qualquer empresa que se dedique a qualquer outra actividade que não seja a desportiva. Acho também genial que tenha sentido necessidade de explicar que ser adepto primeiro e presidente depois é essencial para ser um bom dirigente e mais, para poder discutir as acções da estrutura directiva de qualquer clube de futebol em programas televisivos da especialidade. Ouvi dizer que nos próximos dias deverá revelar que para se poder ser presidente de um clube se deverá ter barba, uma voz igual à do Joaquim Monchique e uma capacidade extraordinária em posar para fotografias de forma caricata.

Deixo um palavra de apreço ao presidente do Marítimo, sr. que nunca apreciei particularmente mas que disse o que todos temiam: o senhor da moral tem jeito para a bola, mas é para a bola de berlim. Penso que nos próximos dias deverá esperar pelo processo por difamação de que deverá ser alvo. Talvez possa esta a exagerar… Ouvi dizer que paradoxalmente, apenas são processados adeptos do clube do campo grande.

https://twitter.com/HAndreSilva/status/648161562671321089/video/1

Andrés nunca são demais

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O ambiente está ao rubro, quase 50000 pessoas pintam o estádio do maior e melhor clube do mundo de um azul lindo com um leve escarro vermelho no topo, cantam o mais bonito hino de todos os hinos que me lembro e… eu em casa sentado no sofá a rezar para que o stream legal (não vos aborrecerei com uma explicação detalhada, a la Inácio ou Galamba) que utilizo para poder ver o jogo não pare. Penso que o facto de não acreditar em divindades me tenha tramado nessa pretensão. De qualquer forma, consegui ver o jogo como muitos portugueses, com alguns recuos e avanços.

O jogo em questão, o único clássico que realmente importa para a maioria das pessoas, teria de ser ganho impreterivelmente pelo meu clube, porque eu assim queria e no esquema geral das coisas, a minha felicidade é mais relevante do que a de qualquer outra pessoa que coabita este enorme calhau a que alguém um dia apelidou de “Terra”.

Quando vi pela primeira vez o onze inicial do Porto senti que desta vez o nosso treinador não iria inventar, e que tínhamos uma séria possibilidade de ganhar o jogo. Pelo menos se perdêssemos, nada poderia apontar a Lopétegui pois a equipa que começaria o jogo era a mesma que escolheria se fosse eu o responsável (o meu barómetro de qualidade).

Na primeira parte, os outros (cujo nome recuso-me a pronunciar) jogaram melhor e se não fosse o nosso guarda-redes, por sinal de classe mundial, poderíamos ter ido para o balneário ao intervalo com dois golos sofridos. Os nossos extremos nada produziram e defensivamente estivemos pouco concentrados. Uma palavra de apreço ao Maicon e ao Maxi por se terem mantido calmos e não terem entrado em tricas com os jogadores adversários.

Na segunda parte, depois da palestra, os nosso jogadores entraram com vontade e muito fizeram para mudar o rumo do jogo. De destacar o trabalho incansável de Aboubakar, que um pouco isolado na frente, tentou sempre atacar com discernimento, algo que não acontecia com Brahimi e Corona. Lopétegui colocou Varela em jogo, trocou Rúben Neves (já amarelado) por Danilo e finalmente faz a substituição da praxe que até agora ainda não produziu qualquer efeito. Esta última talvez a única substituição que não se percebeu, pois deu a sensação que tirar o jogador mais influente da equipa naquele momento fosse um tiro no pé.

Ainda se ouviam os assobios que assombravam a decisão, quando Brahimi pega na bola a meio campo e num momento raro nesta partida, passa bem a bola para Varela que, com um toque de calcanhar isola André André e que por sua vez, com uma calma que acompanha apenas aqueles que estão destinados à imortalidade, remata sem hipóteses para o golo que resolvia definitivamente a questão de quem sairia vencedor deste jogo.

Nesse momento, dei por mim a gritar contra tudo e contra todos até que… reparei que estava sozinho e não fazia muito sentido continuar. Para além de um par de outras coisas, nada me dá mais prazer do que ver o meu clube do coração a ganhar aos outros. Não sei porquê… Talvez tenha herdado de algum familiar o espirito de revolta contra a tirania fascista. De qualquer forma consciencializei-me de que poderia ir dormir com um sentimento de dever cumprido. Pensei pela ultima vez como gostei de ver um jogador português e portista a marcar um golo ao nosso eterno rival e como poderá tonar-se um símbolo do clube. Numa altura em que eles escasseiam (os símbolos), temos para além do André André, outro jogador que leva para o campo o peso da responsabilidade de envergar aquela camisola histórica e utiliza-o como combustível para conduzir a equipa à vitória – Rúben Neves.

Deitei-me e adormeci ao som de comentadores desportivos benfiquistamente isentos a trocarem banalidades. Musica para os meus ouvidos…

Momento “Octavio Machado”

Lopetegui

Terminado o jogo com o Dínamo de Kiev e um amargo de boca que tem vindo a acumular-se desde Sábado, começa a pesar demasiado na minha paciência.

Não é pelo golo sofrido infantilmente, em que todos levantam a mão como se fosse essa a forma de um fora-de-jogo ser marcado, ou até do facto do nosso guarda-redes, por sinal de renome mundial, não se ter feito ao lance rapidamente. O asco adensou-se no começo, quando contra uma equipa cujo melhor jogador é o irmão do Bruno Moraes, iniciamos a partida com 4 médios-centro, algo que sempre apelidei de Jesualdice, e antes deste, de Octavice, e que nunca produziu nada de bom.

Nunca fui uma pessoa de alarmismos. Sempre tive paciência com os nossos treinadores, mesmo face à derrota, e dou-lhes sempre o beneficio da dúvida na 1ª temporada no clube. Mas passado esse tempo começo a cobrar pois, se sou exigente comigo no meu trabalho (o que me permite comer e ver pornografia na internet), tenho de ser com o meu clube (que me permite vernacular e ser feliz).

Dito isto, devo dizer que Lopetegui pode desculpar-se com a saída de jogadores importantes, com o árbitro ou com o estado do relvado, mas há um aspecto que é factual e incontestável: a forma de jogar da equipa não mudou nem melhorou desde o ano passado – continuamos a trocar muito a bola mas de forma inconsequente, lenta e imensuravelmente chata. De que nos serve ter posse de bola se isso não se traduz em golos?? De que nos serve ter o melhor guarda redes do Mundo se antes de fazer uma grande defesa mete um monumental nojo que só não deu golo porque temos o defesa direito mais merdosamente espectacular a zelar pelos nosso interesses?? De que nos serve contratar um extremo habilidoso, se começa no banco??

No jogo contra o Arouca a falta de ambição e desnorte da equipa foram disfarçadas pelas grandes exibições do Rúben Neves, do André André (sim corrector do Windows, não é um engano, ele chama-se mesmo André André) do Maxi e do Corona. Ontem aconteceu um pouco do mesmo mas desta vez quem mais se destacou foi o Aboubakar e o Layun, que pouco defende mas ataca bem.

Sempre critiquei o Paulo Fonseca por querer jogar com dois trincos, mas talvez esse tivesse alguma razão quando olhava para o plantel e via jogadores como o Licá, o Ghilas ou o Josué (que me perdoem mas não me parece que joguem na mesma liga do Corona, do Brahimi ou do Tello). Podem não querer ver isto mas não me lembro de alguma vez o nosso clube ter dado condições a um treinador como foram dadas a este.

Nunca fui um adepto de assobiar a minha equipa. Apoio sempre até ao final de cada partida. Mas chegado a esse momento é altura de pensar no que se passou e no que se deverá melhorar. Desde o ano passado que a resposta é sempre a mesma. E quando isso acontece, algo não está bem.

“Dinâmica” da Selecção

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(Põe mais tabaco nisso Nando)

Quando hoje ligo o meu dispositivo móvel e vejo os destaques dos desportivos on-line, deparo-me com uma frase retirada das declarações do nosso estimado seleccionador nacional e consciencializo-me que hoje em dia qualquer um pode ocupar a cadeira que ocupa Fernando Santos.

Digo isto, não porque penso que daria um treinador excelente (apesar de jogar FM como um predestinado) mas porque tenho a certeza que um lunático está à frente dos destinos da equipa das quinas. E se um lunático o pode fazer, qualquer um também deverá poder.

“Se mantivermos esta dinâmica, esta equipa não é fácil de parar”

Qualquer pessoa que tenha visto o jogo de ontem percebeu duas coisas: falta um ponta de lança a Portugal (eterna malapata) e falta velocidade nas transições. Tendo isto em mente, ou Fernando Santos precisa de moderar na dose de fanfarronice que toma antes dos jogos, ou então deverá querer dizer que se adormecermos os nossos adversários, conseguiremos molhar a sopa quando nos encontrarmos em período de descontos.

Deixo uma palavra de apreço ao Cristiano Ronaldo e ao Nani, que contribuíram como ninguém para manter esta “dinâmica”. Já o Bernardo Silva e o Danilo movimentaram-se demasiado para este estilo de jogo. Certamente não deverão ser titulares na próxima partida.

A vossa merda cheira sempre melhor do que a nossa.

Depois de um período de reflexão, penso que estou em condições para retomar a verbalização das opiniões que vou reunindo acerca de quase tudo, mesmo relativas a assuntos dos quais não percebo muito, mas sinto que tenho algo importante a dizer.

Dito isto, e partindo do principio que percebo tanto de futebol como a maioria das pessoas que são pagas para o fazer (não é uma assunção irrealista) , passo agora a explicar o fenómeno “a nossa merda cheira melhor do que a vossa”, fenómeno esse que não é novo mas começa a chatear-me ao ponto de ter necessidade de escrever acerca disso.

Desde sempre (há 30 anos) que ouço benfiquistas a falar de corrupção no futebol, traduzindo-se o acto ilícito em relações de compadrio que alegadamente existem entre dirigentes do F.C. Porto e árbitros, o F.C. Porto e dirigentes da Liga Portuguesa de Futebol  entre outras. Foi permitido ao clube desses senhores bastantes pios  divulgar escutas, que deveriam estar protegidas pelo Segredo de Justiça, que descontextualizadas, ajudaram a perpetuar o mito que gente reles no desporto, existe apenas  na margem norte do Douro.

Para além destes, ouço também desde tenra idade, muitos sportinguistas a reclamarem das arbitragens, dos jogadores das outras equipas, dos treinadores que lhes roubaram, dos presidentes que não prestam, das faltas no meio campo que nunca são assinaladas, etc.. .

Conclusão: a culpa de todo o insucesso desportivo destes clubes nunca será própria, mas do F.C. Porto.

Peço que me permitam a generalização e o exagero apenas porque estou a tentar explicar o meu ponto de vista e isso ajuda-me bastante, mas continuando…

Na minha opinião TODO o futebol está podre! TODO! Ninguém me diga que só no Porto é que existem tachistas, que só no Porto é que existem pessoas que ganharam dinheiro a burlar outros em negócios com pneus, que só no Porto é que existem dirigentes desportivos que nunca conseguiram manter solventes todos os negócios em que estão ou estiveram imiscuídos ou que só no Porto é que existem pessoas que insistem em manter a promiscuidade entre os clubes e os orgãos que os deveriam tutelar.

Dá-me vontade de rir quando se fala de “fruta” a propósito do F.C. Porto, mas assobia-se para o lado quando um ex-árbitro diz isto:

Já vi muitos benfiquistas a enterrarem a cabeça na areia depois de ouvirem isto. Parece que este Sr. , ex-árbitro benfiquista, que usualmente é simpático nas apreciações aos lances duvidosos do seu clube, não merece qualquer credibilidade.

Dá-me vontade de rir quando se fala do apito Dourado e da alegada influência do NGP no Conselho de Disciplina e no Conselho de Arbitragem mas fingem que isto nunca foi dito:

artigo.DN

Artigo completo

Dá-me vontade de rir quando falam dos dirigentes do F.C. Porto e das claques como se fossem mafiosos que fazem tudo por uma boa dose de mafiosisse, e depois deparo-me com esta situação:

artigo.JN

Artigo Completo

Ou esta:

artigo.ojogo

Artigo Completo

Rio-me disto tudo pois acho bastante irónico que se ande constantemente a cuspir para o ar e não se considere minimamente que o escarro possa cair na própria cabeça (a metáfora não é bonita mas exemplifica exactamente o que quero dizer).

Ainda ontem estava um adepto fervoroso (eufemisticamente falando) do sporting a exultar a capacidade do seu clube em clarificar aos seus sócios as compras e vendas dos seus jogadores. Depois de analisar os quadros percebi que no ano em questão, em vinte e poucas movimentações, só duas é que envolveram comissões…  Eu considero que as direcções dos clubes devem ser o mais transparentes possíveis, mas considerar que os seu sócios são crédulos ao ponto de ainda acreditarem no pai natal é um pouco excessivo.

O que pretendo com tudo isto é o seguinte: penso que é muito fácil culpar tudo e todos pelos respectivos insucessos desportivos dos 3 clubes quando se fala de um fenómeno social que tem mais a ver com questões subjectivas, e do foro emocional, do que propriamente com a razão. Mas se consciencializassem que são portadores desta fragilidade conseguiriam começar a discutir o que realmente importa.

Eu sei que é difícil… Também eu já dei por mim a discutir as façanhas desportivas do benfica e do sporting antes do 25 de Abril de 1974. Não vivi nessa altura mas é do conhecimento geral que ambos os clubes da capital eram bastante protegidos pelo governo fascista. Todas as vitórias do meu clube durante esse período eram bastante mais saborosas pois contrariavam uma força invisível que os impelia para o insucesso. O que ganhei eu com isto??? Não muito.

Hoje em dia, porque não acredito em anjos e muito menos em anjinhos, vejo o futebol como ele é, cheio de pessoas oportunistas que, como dizem os americanos: “are always looking out for number 1”, sendo que o “number one” não é o clube, nem tão pouco os adeptos que lhe dão o ser. Só que ao contrário de muitas “virgens” que por ai andam, acredito que as maleitas do futebol são vícios comuns a todos e assim, ao domingo, tento focar-me na bola e se o Lopetegui põe o Hernani a jogar… E como podem constatar, não tenho tido muita sorte!