Momento “Octavio Machado”

Lopetegui

Terminado o jogo com o Dínamo de Kiev e um amargo de boca que tem vindo a acumular-se desde Sábado, começa a pesar demasiado na minha paciência.

Não é pelo golo sofrido infantilmente, em que todos levantam a mão como se fosse essa a forma de um fora-de-jogo ser marcado, ou até do facto do nosso guarda-redes, por sinal de renome mundial, não se ter feito ao lance rapidamente. O asco adensou-se no começo, quando contra uma equipa cujo melhor jogador é o irmão do Bruno Moraes, iniciamos a partida com 4 médios-centro, algo que sempre apelidei de Jesualdice, e antes deste, de Octavice, e que nunca produziu nada de bom.

Nunca fui uma pessoa de alarmismos. Sempre tive paciência com os nossos treinadores, mesmo face à derrota, e dou-lhes sempre o beneficio da dúvida na 1ª temporada no clube. Mas passado esse tempo começo a cobrar pois, se sou exigente comigo no meu trabalho (o que me permite comer e ver pornografia na internet), tenho de ser com o meu clube (que me permite vernacular e ser feliz).

Dito isto, devo dizer que Lopetegui pode desculpar-se com a saída de jogadores importantes, com o árbitro ou com o estado do relvado, mas há um aspecto que é factual e incontestável: a forma de jogar da equipa não mudou nem melhorou desde o ano passado – continuamos a trocar muito a bola mas de forma inconsequente, lenta e imensuravelmente chata. De que nos serve ter posse de bola se isso não se traduz em golos?? De que nos serve ter o melhor guarda redes do Mundo se antes de fazer uma grande defesa mete um monumental nojo que só não deu golo porque temos o defesa direito mais merdosamente espectacular a zelar pelos nosso interesses?? De que nos serve contratar um extremo habilidoso, se começa no banco??

No jogo contra o Arouca a falta de ambição e desnorte da equipa foram disfarçadas pelas grandes exibições do Rúben Neves, do André André (sim corrector do Windows, não é um engano, ele chama-se mesmo André André) do Maxi e do Corona. Ontem aconteceu um pouco do mesmo mas desta vez quem mais se destacou foi o Aboubakar e o Layun, que pouco defende mas ataca bem.

Sempre critiquei o Paulo Fonseca por querer jogar com dois trincos, mas talvez esse tivesse alguma razão quando olhava para o plantel e via jogadores como o Licá, o Ghilas ou o Josué (que me perdoem mas não me parece que joguem na mesma liga do Corona, do Brahimi ou do Tello). Podem não querer ver isto mas não me lembro de alguma vez o nosso clube ter dado condições a um treinador como foram dadas a este.

Nunca fui um adepto de assobiar a minha equipa. Apoio sempre até ao final de cada partida. Mas chegado a esse momento é altura de pensar no que se passou e no que se deverá melhorar. Desde o ano passado que a resposta é sempre a mesma. E quando isso acontece, algo não está bem.